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publicado 11/08/2022 14h38, última modificação 11/08/2022 14h38

 

SEI/ANAC - 7527257 - Portaria

  

Timbre

  

Portaria nº 8.757/SPO, DE 4 de agosto de 2022.

  

Estabelece os procedimentos para fornecimento de dados referentes ao monitoramento do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional dos detentores de certificado que operem segundo RBAC nº 121.

 SUPERINTENDENTE DE PADRÕES OPERACIONAIS, no uso da atribuição que lhe confere o art. 34, inciso VIII, do Regimento Interno, aprovado pela Resolução nº 381, de 14 de junho de 2016, tendo em vista o disposto no art. 67 do Programa de Segurança Operacional Específico da Agência Nacional de Aviação Civil (PSOE-ANAC), aprovado pela Resolução nº 352, de 10 de fevereiro de 2015, e considerando o que consta do processo nº 00058.031384/2022-61,

 

RESOLVE:

 

Art. 1º Estabelecer os procedimentos para fornecimento de dados referentes ao monitoramento do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional dos detentores de certificado que operem segundo o Regulamento Brasileiro da Aviação Civil - RBAC nº 121.

 

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

 

Art. 2º Os detentores de certificado que operem segundo o RBAC nº 121 deverão enviar arquivo eletrônico com os dados descritos no Anexo desta Portaria à ANAC, por meio do endereço de correio eletrônico gcta.sgso@anac.gov.br, até o dia 15 (quinze) do segundo mês subsequente ao mês de referência, fornecendo as informações devidamente criticadas e consistidas.

 

Parágrafo único. Caso o dia 15 (quinze) ocorra em dia em que não houver expediente, ou este for encerrado antes da hora normal de atendimento ao público externo, na ANAC, o prazo para fornecimento dos dados fica prorrogado até o primeiro dia útil seguinte.

 

Art. 3º O arquivo eletrônico deverá:

 

I - estar no formato de planilha, extensão “xlsx” e conforme modelo disponibilizado em formato editável no sítio da ANAC na rede mundial de computadores, no endereço eletrônico https://www.gov.br/anac/pt-br/assuntos/regulados/empresas-aereas/modelos-e-formularios; e

 

II - receber a nomeação “SGSOAAAAMMEEE.xlsx”, onde:

 

a) AAAA representa os 4 (quatro) dígitos do ano;

 

b) MM representa o número do mês; e

 

c) EEE representa o designador da empresa obtido junto à Organização de Aviação Civil Internacional - OACI.

 

Art. 4º No preenchimento dos dados, o detentor de certificado deverá observar os seguintes critérios:

 

I - o horário das informações oriundas do Programa de Acompanhamento e Análise de Dados de Voo (PAADV) remetidas pelo detentor de certificado devem estar no Tempo Universal Coordenado (padrão UTC);

 

II - os aeródromos deverão ser informados utilizando-se o respectivo designador OACI; e

 

III - valores numéricos não inteiros deverão utilizar vírgula (,) como separador decimal.

 

Art. 5º  O detentor de certificado deverá registrar em sua documentação do SGSO as políticas operacionais específicas por ele adotadas, incluindo métricas e fontes dos dados, para cada indicador listado no Anexo desta Portaria.

 

§ 1º O registro dessas políticas operacionais deverá permitir fácil recuperação para compartilhamento com a ANAC, quando requerido, e permitir melhor entendimento do escopo e limitações de cada um dos indicadores.

 

§ 2º As políticas operacionais adotadas para cada indicador não farão parte do conteúdo a ser encaminhado à ANAC por meio do arquivo especificado no art. 3º desta Portaria.

 

Art. 6º O detentor de certificado deverá comunicar a ANAC previamente, bem como manter atualizados, os endereços de correio eletrônico com permissão de envio dos dados.

 

Parágrafo único. A comunicação requerida pelo caput deverá ser realizada por um representante legal do detentor de certificado, por meio do endereço gcta.sgso@anac.gov.br.

 

CAPÍTULO II

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

 

Art. 7º Situações não previstas nesta Portaria deverão ser objeto de consulta à Gerência de Operações de Empresas de Transporte Aéreo - 121 - GCTA da Superintendência de Padrões Operacionais - SPO.

 

Art. 8º O detentor de certificado deverá enviar os dados descritos no Anexo desta Portaria referentes aos meses de janeiro de 2019 a agosto de 2022, atendendo aos critérios desta portaria, até o dia 1º de dezembro de 2022. 

 

Art. 9º Esta Portaria entra em vigor em 1º de setembro de 2022.

 

Parágrafo único. O primeiro conjunto de dados a ser enviado em conformidade com esta Portaria deverá ser referente ao mês de setembro de 2022 e deverá ser enviado até 16 de novembro de 2022.

 

JOÃO SOUZA DIAS GARCIA

 

ANEXO À Portaria nº 8.757/SPO, DE 04 de agosto de 2022.

 

 A tabela abaixo apresenta a lista de indicadores e respectivas descrições:

 

Nome do indicador

Descrição

RE-01_Glideslope deviation entre 1000FT e 500FT

Número de eventos validados pelo operador de acordo com sua política operacional.
Monitoramento entre 1000FT e 500FT na aproximação para pouso. Inclui desvios para cima ou para baixo do glideslope.
Obs.1: precursor de unstable approach.
Obs.2: os operadores não costumam utilizar esse indicador abaixo de 200FT.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-02_Glideslope deviation entre 500FT e 200FT

Número de eventos validados pelo operador de acordo com sua política operacional.
Monitoramento entre 500FT e 200FT na aproximação para pouso. Inclui desvios para cima ou para baixo do glideslope.
Obs.1: precursor de unstable approach.
Obs.2: os operadores não costumam utilizar esse indicador abaixo de 200FT.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-03_High speed on approach

Número de eventos validados pelo operador de acordo com sua política operacional.
Monitoramento entre 1000FT na aproximação para pouso e o cruzamento com a cabeceira.
Obs.1: precursor de unstable approach.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-04_Rejected Takeoff high energy

Número de eventos validados pelo operador de acordo com sua política operacional.
High energy definido de acordo com o fabricante da aeronave.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-05_Deep Landing

Número de eventos validados pelo operador.
Pouso longo realizado após a área recomendada de toque pela política operacional do operador.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-06_Excessive Tail Wind at Landing

Número de eventos validados pelo operador.
Eventos no pouso em que a política de vento de cauda do operador foi excedida.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-07_Landing short

Número de eventos validados pelo operador.
Pouso curto realizado antes da área recomendada de toque pela política operacional do operador.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-08_High speed at landing

Número de eventos validados pelo operador de acordo com sua política operacional.
Evento de high speed no toque com a pista.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-09_Incorrect Configuration Landing Flap

Número de eventos validados pelo operador.
Pouso com flap diferente daquele definido pela política operacional para aquela localidade.
Obs.1: precursor de unstable approach.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-10_Unstable Approach

Número de eventos validados pelo operador.
Aproximação para pouso com desestabilização de algum parâmetro definido pela política operacional do operador.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-11_Unstable Approach com pouso

Número de eventos validados pelo operador em que, tendo ocorrido "unstable approach", aeronave prosseguiu e pousou.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-12_Late flap setting Landing

Número de eventos validados pelo operador.
Configuração do flap realizada posteriormente à janela recomendada pela política operacional do operador.
Obs.1: precursor de unstable approach.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-13_High rate of descent during approach entre 1000FT e 500FT

Número de eventos validados pelo operador de acordo com sua política operacional.
Monitoramento entre 1000FT e 500FT na aproximação para pouso.
Obs.1: precursor de unstable approach.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-14_High rate of descent during approach entre 500FT e o solo

Número de eventos validados pelo operador de acordo com sua política operacional.
Monitoramento entre 500FT e o solo.
Obs.1: precursor de unstable approach.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

RE-15_Hard landing

Número de eventos validados pelo operador.

Hard landing definido de acordo com o fabricante da aeronave.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

CFIT-01_GPWS warning

Número de alertas GPWS warning registrados relacionados à proximidade com o terreno.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

CFIT-02_GPWS caution

Número de alertas GPWS caution registrados relacionados à proximidade com o terreno.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

MAC-01_TCAS warning Resolution Advisory

Número de alertas TCAS-RA registrados pelo operador.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

LOC-I-01_Precursor de perda de sustentação

Número de eventos precursores de perda de sustentação de acordo com o fabricante da aeronave.
Contabilizar eventos "Alpha Floor", frota Airbus; e "Stick Shaker", frota Boeing, Embraer, ATR.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

LOC-I-02_Windshear warning

Número de alertas de windshear warning de acordo com o fabricante da aeronave.
Obs.1: não considera o alerta preditivo de windshear.
Obs.2: para frotas que não possuem capacidade de coletar esses alertas, contabilizar os relatos sobre esse tipo de evento.
Fonte dos dados: PAADV (FDM) e Relatos de segurança do SGSO.

LOC-I-03_Air Speed Low

Número de eventos validados pelo operador de acordo com sua política operacional relacionados a baixa velocidade.
Obs.1: precursor de unstable approach.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

LOC-I-04_Excessive Bank Angle

Número de eventos validados pelo operador de acordo com sua política operacional relacionados a excessive bank angle.
Obs.1: precursor de unstable approach.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

LOC-I-05_Wake turbulence

Número de eventos de esteira de turbulência validados pelo operador por meio de relatos de segurança do SGSO.
Fonte dos dados: Relatos de segurança do SGSO

LOC-I-07_Ice

Número de eventos de alarme da aeronave associados à formação de gelo.
Obs.1: este indicador é mais voltado às aeronaves turboélices.
Fonte dos dados: PAADV (FDM)

PROC-01_Número de decolagens

Número total de decolagens de qualquer tipo no período (operações rentáveis ou não; operações regulares ou não).

PROC-02_Número de relatos de segurança operacional

Número total de relatórios de segurança operacional (relatos sobre perigo, relatos de prevenção - RELPREV, ASR, etc.).
Obs.: Não contempla relatos que são puramente security ou segurança do trabalho.

PROC-03_Percentual de voos com dados coletados para o PAADV

Percentual dos voos efetuados pelo operador no período cujos dados foram coletados, estão íntegros e alimentaram o PAADV (flight data collection rate).

PROC-04_Número de ações de correção identificadas no período relacionadas a segurança operacional (exceto auditorias)

Número de ações de correção relacionadas com os processos de segurança operacional: relatos de segurança operacional, LOSA, MOSA, DOSA, LOSA Cabin, investigações de segurança operacional (eventos associados ao Anexo 13 da OACI), análise de dados de voo, etc.
Obs.: este indicador não contabiliza ações de correção oriundas de auditorias.

PROC-05_Número de ações de correção identificadas no período relacionadas a auditorias

Número de ações de correção relacionadas com os processos auditorias de segurança operacional, auditorias de qualidade, auditorias IOSA etc.
Obs.: este indicador não contabiliza ações de correção associadas ao indicador "Número de ações de correção identificadas no período relacionadas a segurança operacional (exceto auditorias)".

PROC-06_Número de ações de correção concluídas no período relacionadas a segurança operacional  (exceto auditorias)

Número de ações de correção concluídas relacionadas com os processos de segurança operacional: relatos de segurança operacional, LOSA, MOSA, DOSA, LOSA Cabin, investigações de segurança operacional (eventos associados ao Anexo 13 da OACI), análise de dados de voo, etc.
Obs.: este indicador não contabiliza ações de correção oriundas de auditorias.

PROC-07_Número de ações de correção concluídas no período relacionadas a auditorias

Número de ações de correção concluídas relacionadas com os processos auditorias de segurança operacional, auditorias de qualidade, auditorias IOSA etc.
Obs.: este indicador não contabiliza ações de correção associadas ao indicador "Número de ações de correção concluídas no período relacionadas a segurança operacional (exceto auditorias)".

PROC-08_Número de ações de correção relacionadas a segurança operacional  (exceto auditorias) que continuam em aberto até o presente período

Número de ações de correção relacionadas aos processos segurança operacional listados abaixo que continuam em aberto até o presente período.
Processos de segurança operacional: relatos de segurança operacional, LOSA, MOSA, DOSA, LOSA Cabin, investigações de segurança operacional (eventos associados ao Anexo 13 da OACI), análise de dados de voo.
Obs.: este indicador não contabiliza ações de correção oriundas de auditorias.

PROC-09_Número de ações de correção que continuam em aberto até o presente período relacionadas a auditorias

Número de ações de correção relacionadas a auditorias que continuam em aberto até o presente período
Auditorias incluem: auditorias de segurança operacional, auditorias de qualidade, auditorias IOSA etc.
Obs.: este indicador não contabiliza ações de correção associadas ao indicador "Número de ações de correção relacionadas a segurança operacional (exceto auditorias) que continuam em aberto até o presente período".

PROC-10_Número de ações de correção que ultrapassaram o prazo para fechamento estabelecido pelo operador relacionadas a segurança operacional  (exceto auditorias)

Número de ações de correção relacionadas aos processos de segurança operacional listados abaixo que ultrapassaram o prazo para fechamento estabelecido pelo operador.
Processos de segurança operacional: relatos de segurança operacional, LOSA, MOSA, DOSA, LOSA Cabin, investigações de segurança operacional (eventos associados ao Anexo 13 da OACI), análise de dados de voo.
Obs.: este indicador não contabiliza ações de correção oriundas de auditorias.

PROC-11_Número de ações de correção que ultrapassaram o prazo para fechamento estabelecido pelo operador relacionadas a auditorias

Número de ações de correção relacionadas a auditorias que ultrapassaram o prazo para fechamento estabelecido pelo operador.
Auditorias incluem: auditorias de segurança operacional, auditorias de qualidade, auditorias IOSA, etc.
Obs.: este indicador não contabiliza ações de correção associadas ao indicador "Número de ações de correção que ultrapassaram o prazo para fechamento estabelecido pelo operador relacionadas a segurança operacional  (exceto auditorias)".

PROC-12_Tempo médio para fechamento de ações de correção relacionadas a segurança operacional  (exceto auditorias)

Média de dias levados para conclusão das ações de correção de processos de segurança operacional listados abaixo finalizadas no presente período.
Processos de segurança operacional: relatos de segurança operacional, LOSA, MOSA, DOSA, LOSA Cabin, investigações de segurança operacional (eventos associados ao Anexo 13 da OACI), análise de dados de voo.
Obs.: este indicador não contabiliza ações de correção oriundas de auditorias.

PROC-13_Tempo médio para fechamento de ações de correção relacionadas a auditorias

Média de dias levados para conclusão das ações de correção relacionadas a auditorias finalizadas no presente período.
Auditorias incluem: auditorias de segurança operacional, auditorias de qualidade, auditorias IOSA, etc.
Obs.: este indicador não contabiliza ações de correção associadas ao indicador "Tempo médio para fechamento de ações de correção relacionadas a segurança operacional  (exceto auditorias)".

PROC-14_Número de itens checklist auditados

Número total de itens de checklist auditados no período.
Auditorias incluem: auditorias de segurança operacional, auditorias de qualidade, auditorias IOSA, etc.

PROC-15_Número de relatos de segurança operacional relacionados com fadiga

Número total de relatórios de segurança operacional (relatos sobre perigo, relatos de prevenção - RELPREV, ASR, etc.) relacionados com fadiga de pilotos, comissários ou mecânicos de voo.
Obs. 1: Não contempla relatos que são puramente security ou segurança do trabalho.
Obs. 2: Relatos de tripulantes apontando fadiga podem incluir uma expectativa de fadiga ou fadiga experimentada em operação.

PROC-16_Reincidência de deficiências de auditoria

Número de itens de checklist que identificaram deficiência em auditoria do ciclo atual e que também identificaram deficiências no ciclo anterior de auditorias.
Obs.1: quando o objeto da auditoria é uma base ou localidade, haverá reincidência apenas se um item problemático do ciclo atual também tiver ocorrido na mesma base ou localidade no ciclo anterior.
Obs2.: cada operador define internamente a duração de seus ciclos de auditoria. Esses ciclos costuma ter duração de 1 ou 2 anos.

Nota: as reduções utilizadas neste anexo possuem o seguinte significado:

ASR - Aviation Safety Report

DOSA -  Dispatch Operations Safety Audit

FDM - Flight Data Monitoring

FT - pés

GPWS - Ground Proximity Warning System

IATA - International Air Transport Association

IOSA -  IATA Operational Safety Audit

LOSA - Line Operations Safety Audit

MOSA- Maintenance Operations Safety Audit

OACI - Organização da Aviação Civil Internacional 

PAADV - Programa de Acompanhamento e Análise de Dados de Voo

RELPREV - Relatório de Prevenção

TCAS - Traffic Collision Avoidance System

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Publicado no Diário Oficial da União de 11 de agosto de 2022, Seção 1, página 56.